domingo, 28 de junho de 2020

Embaraçada


Uma semente é

Um pingo de gente
Que subitamente
Brota assim, valente
Mexe de repente
Com a vida da gente


Que tu tens em mente?
Uma semente é
Um pingo de gente
Pedaço vidente
Que cresce no ventre
De um ser complacente
Uma vida na gente


E o que você sente?
Uma semente é
Um pingo de gente
Que ainda ausente
Preenche pungente
O que inconstantemente
Na vida, dá gente
….

Como és insistente!
Uma semente é
Um pingo de gente
Que é só um pingente
Pedaço de utente
De todo um continente
De vida da gente


O que será pela frente?
Uma semente é
Só um pingo de gente
Que muda o ambiente
Mas deixa contente
Até o mais vigente
Temor penitente


Quem te deu patente?
Uma semente é
Um pedaço de gente
Que intermitente
Salpinga clemente
Todo reluzente
Nos faz comovente


Que luz renitente!
Uma semente
É pingo de gente
Que reúne parentes
Ou revolve potente
Os erros que a mente
Recorda impotente


Serei eu repetente?
Uma semente é
Um pingo de gente
Em si prepotente
Que se faz repelente
Do mal à vigente
….

Serás sobrevivente?
Uma semente é
Um ser
Uma mente
Um pingo
de Nova gente
Uma Muda
Mudo
No mundo
Que muda
Para sempre
A vida da gente

Poema premiado na Jornada literária Sobrames 2019

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Dia de página - Por que escrever ?




Introduzindo meu ser neste mundo novo do Medium.

Parece que não basta ser escritor. Millennials sempre precisam se atualizar.

Mundo contemporâneo. Vida contemporânea. Minha velha alma, sim porque eu sou uma escritora velha, que gosta de papéis e cartas, e mais ainda de papéis de carta. Aparentemente lápis e papel já não é mais o suficiente. Nem eficiente.

Para ser escritor tem que ter mais do que isso. Pincel e tinteiro já não cabem. Precisamos de dedos digitais, de reconhecimento facial, de redes sociais. Um blog, veja minha cara, já não basta. É preciso ter blog, Instagram, um site, uma página no Facebook e amigos influentes nas redes sociais.

Cansa.

Sabe por quê? Porque eu gosto mesmo é de escrever.

Concordo com as palavras de Rilke:

“O poeta precisa de solidão.”

É na solidão que ele se encontra. Cada vez mais me convenço disso.

É no fundo de nós mesmos que encontramos nossa arte.

Quero crer que encontrando minha verdadeira arte, encontraria um dia meu verdadeiro público.

Público, um receptor de antena, saber que ele existe. Sabe aquela coisa de se convencer que tem gente no mundo que pode ver um pouco mais do mundo com você? Com você. Não como você. É tipo isso.

O meu círculo social está bem distante disso.

Não é falta de amigos. Eles são vários e lindos. São as visões de mundo diferentes.

Publiquei meu primeiro livro. Uma realização. Um carinho especial com cada palavra. 

Meu círculo talvez não tenha compreendido. A maioria acha bonito, algo até nobre, legal ter um livro, mas soa distante e admirável e até questionável em certo ponto.

Tive poucos retornos. Poucos e bons. Mas entender a profundidade que significou tudo isso, acredito que foi para poucos. 

Compreender mesmo o que significa. Não faz parte do hall da vida da maioria deles. E eu compreendo.

Não sinto raiva. Não é isso. É só uma incompletude. Uma ânsia de partilhar e compartilhar com afins. Só isso. 

É preciso amar a arte. Amar a escrita, a poesia, o desenho, a música, a arte que for; essa visão de vida que temos.

É preciso ser perseverante. Amar esse modo mágico de olhar a vida. Agarrar-se nele como um caranguejo insano. Esse modo mágico, pode parecer errado, se você está no meio da plateia sã. Pode parecer que você é o cego. Mas prefiro pensar que eu sou a esposa do médico do Ensaio de Saramago. Verei coisas ruins e boas, o pior e o melhor do homem. Não porque sou melhor que qualquer outros. É só que eu tenho um olho mágico. O olho da arte. E vejo imagens mágicas. E escrevo o que vejo. E vejo o que escrevi e reescrevo. Nesse looping constante que é respirar a vida por palavras. 

É preciso amar seu modo de ver a vida.

Eu preciso amar a Iza, a bela, a escritora, o tudo que sou e que vejo.

Preciso confiar que essa visão é o que me mantém neste mundo. 

É o meu refúgio, o meu eu interior que só quer fazer parte da minha vida.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Renascer


Hora de ressuscitar!
São 33 anos. Estamos em 2020. Em meio a uma pandemia.

Não tenho uma Newsletter (ainda), mas vou reativar o blog, que coisa já arcaica nesse mundo acelerado e louco em que vivemos. 

Hoje, 15 de Junho de 2020, nos últimos 2 dias dos meus 33 anos de casta vida, publiquei meu primeiro livro. 

Não está perfeito. Não é o melhor livro do mundo. 
Mas é meu, meu sonho, minha escrita pronta para sair. 

Hoje, renasço, porque uma parte de mim, a escritora, nasce e ganha espaço no mundo fora de mim. 

Centralizarei nesta plataforma a minha Newsletter e os recados a um público que há de vir. 

Quem chegou até aqui, que venha por bem. 
Que seja bem vindo!



Segue o link para o livro na Amazon: