segunda-feira, 22 de junho de 2020

Dia de página - Por que escrever ?




Introduzindo meu ser neste mundo novo do Medium.

Parece que não basta ser escritor. Millennials sempre precisam se atualizar.

Mundo contemporâneo. Vida contemporânea. Minha velha alma, sim porque eu sou uma escritora velha, que gosta de papéis e cartas, e mais ainda de papéis de carta. Aparentemente lápis e papel já não é mais o suficiente. Nem eficiente.

Para ser escritor tem que ter mais do que isso. Pincel e tinteiro já não cabem. Precisamos de dedos digitais, de reconhecimento facial, de redes sociais. Um blog, veja minha cara, já não basta. É preciso ter blog, Instagram, um site, uma página no Facebook e amigos influentes nas redes sociais.

Cansa.

Sabe por quê? Porque eu gosto mesmo é de escrever.

Concordo com as palavras de Rilke:

“O poeta precisa de solidão.”

É na solidão que ele se encontra. Cada vez mais me convenço disso.

É no fundo de nós mesmos que encontramos nossa arte.

Quero crer que encontrando minha verdadeira arte, encontraria um dia meu verdadeiro público.

Público, um receptor de antena, saber que ele existe. Sabe aquela coisa de se convencer que tem gente no mundo que pode ver um pouco mais do mundo com você? Com você. Não como você. É tipo isso.

O meu círculo social está bem distante disso.

Não é falta de amigos. Eles são vários e lindos. São as visões de mundo diferentes.

Publiquei meu primeiro livro. Uma realização. Um carinho especial com cada palavra. 

Meu círculo talvez não tenha compreendido. A maioria acha bonito, algo até nobre, legal ter um livro, mas soa distante e admirável e até questionável em certo ponto.

Tive poucos retornos. Poucos e bons. Mas entender a profundidade que significou tudo isso, acredito que foi para poucos. 

Compreender mesmo o que significa. Não faz parte do hall da vida da maioria deles. E eu compreendo.

Não sinto raiva. Não é isso. É só uma incompletude. Uma ânsia de partilhar e compartilhar com afins. Só isso. 

É preciso amar a arte. Amar a escrita, a poesia, o desenho, a música, a arte que for; essa visão de vida que temos.

É preciso ser perseverante. Amar esse modo mágico de olhar a vida. Agarrar-se nele como um caranguejo insano. Esse modo mágico, pode parecer errado, se você está no meio da plateia sã. Pode parecer que você é o cego. Mas prefiro pensar que eu sou a esposa do médico do Ensaio de Saramago. Verei coisas ruins e boas, o pior e o melhor do homem. Não porque sou melhor que qualquer outros. É só que eu tenho um olho mágico. O olho da arte. E vejo imagens mágicas. E escrevo o que vejo. E vejo o que escrevi e reescrevo. Nesse looping constante que é respirar a vida por palavras. 

É preciso amar seu modo de ver a vida.

Eu preciso amar a Iza, a bela, a escritora, o tudo que sou e que vejo.

Preciso confiar que essa visão é o que me mantém neste mundo. 

É o meu refúgio, o meu eu interior que só quer fazer parte da minha vida.

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